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Animais que nascem dos vulcões


Vulcão Etna (Itália) em erupção em 2011.

Quando pensamos em vulcão, associamos a explosões, rochas arremessadas, nuvem de cinzas. Lembramos da lava do vulcão Vesúvio que cobriu Pompeia e conservou a forma dos corpos carbonizados. Ou seja, vulcão tende a ser sinônimo de tragédia em altas temperaturas! Mas a vida também depende dos vulcões, e, em muitos lugares, eles são berçários. Nos últimos 10 mil anos, cerca de 1500 vulcões estiveram ativos só em terra firme, sem contar com os submarinos ainda pouco conhecidos.Todos os dias, cerca de 20 vulcões entram em erupção no mundo. E como a vida lida com isso?

Em zonas abissais, a quilômetros de profundidade, animais dependem dos vulcões em atividade, e vivem em águas a 400ºC. Os gases tóxicos expelidos se transformam em fonte de energia para caranguejos, cracas e moluscos, por exemplo. É como se a humanidade pudesse usar a fumaça tóxica dos carros como fonte de energia. Sim, outros seres morrem pelo calor e toxicidade da água. Mas a natureza ensina que só perece quem não pode se adaptar. Onde há morte, há vida. Os animais que vivem em vulcões têm o corpo mais resistente, e não são queimados. Um super poder ainda pouco conhecido pela ciência, mas que pode, se entendido, ajudar na recuperação de vítimas de queimaduras.

Camarões vivendo em vulcões submarinos, a 400ºC.

Vulcão submarino em erupção.

E na superfície? Como em Pompeia, o que sobraria depois da devastação mortal da lava? Uma explosão de vida. Muitas plantas que não conseguiam competir em um ambiente monotonamente estável há décadas têm uma nova chance de prosperar. É um botão de "reinício". Depois que os gases a lava resfria e expõe nutrientes. Lava sólida é cheia de sílica, ferro, magnésio, sódio, potássio, etc. Solo de vulcão é um dos mais nutritivos para a agricultura - e nossos ancestrais descobriram isso! Novas plantas atraem novos animais.

Plantas surgindo depois da erupção do vulcão Santa Helena (EUA).

Planta é casa, é comida, é cobertura do solo. Um novo ecossistema reinicia sempre depois da fúria de um vulcão. Eles levam à reinvenção, à inovação, ao abandono da zona de conforto para novas oportunidades da vida. Um ciclo de chuvas começa depois de erupções, novas fontes de água para o novo ecossistema. Isso já aconteceu incontáveis vezes na história da Terra. Mesmo que os 1500 vulcões ativos do planeta entrassem em erupção ao mesmo tempo, a vida ressurgiria depois. A nuvem de cinzas cobriria a Terra por décadas, cobrindo a luz do sol. Noites permanentes e frias 24hs por décadas. Os gases tóxicos fariam o efeito inverso depois, invertendo a temperatura demais. As chuvas ácidas acabariam com a vida mais sensível. Isso já aconteceu várias vezes no planeta antes dos humanos surgirem, e aqui está uma Terra cheia de diversidade viva. Com adaptação se chega à resiliência. Este não é um planeta de fortes, mas de adaptáveis. Cenários desfavoráveis passam, e a vida se renova. Se é assim há 650 milhões de anos, desde que a vida surgiu, algo precisamos aprender disso em nossas vidas.

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